Batalha celebra 168 anos com desafios e renda: a apicultura

No coração de Batalha, a apicultura se estabelece como uma das principais fontes de sustento para diversas famílias, tanto na zona rural quanto urbana. Com aproximadamente 20 apicultores ativos, o município alcança uma produção anual de cerca de nove toneladas de mel, distribuídas entre o mercado local e exportação.

Além do mel, destaca-se a produção de pólen, elemento vital na dieta das abelhas, tornando-se um suplemento proteico de excelência para a alimentação humana. Mais do que uma atividade rentável na agricultura familiar, a apicultura tem redefinido o panorama dos pequenos agricultores e microempreendedores no Piauí.

Antônio Gomes, carinhosamente conhecido como Totó e residente na localidade Caraíbas II, zona rural de Batalha, ingressou na apicultura em 1983, impulsionado por uma iniciativa da paróquia local.

"Começamos por volta de 1983, se não me falha a memória. Foi uma iniciativa da paróquia que nos incentivou a iniciar a criação de abelhas por aqui", relembra Totó.

O período de maior produção para os apicultores se concentra entre julho e setembro, porém, enfrenta desafios durante o inverno. Sr Totó destaca a preocupação com a redução do número de abelhas, uma tendência preocupante para os produtores.

"Estamos enfrentando uma redução na produção; as abelhas estão diminuindo e ainda não compreendemos o motivo. Este ano, por exemplo, não houve muitos enxames, algo que costumava ser frequente. Agora está muito fraco", lamenta.

Para contornar a baixa produção de mel, os apicultores têm investido na apitoxina, o veneno das abelhas usado em medicamentos para diversas condições, como nevralgias, traumas, tendinites, bursites e inflamações comuns.

"Estamos agora direcionando nossos esforços para a apitoxina, como é chamado o veneno da abelha. Realizamos uma coleta e enviamos para a cooperativa em Piracuruca, onde é feita a extração. Estamos explorando essa comercialização da apitoxina, acreditamos que terá um bom resultado e já estamos trabalhando nesse sentido", revela Totó.

A localidade Caraíbas II abriga mais de oito apicultores associados a uma cooperativa que facilita a comercialização para outros municípios e até mesmo no exterior. A "Casa do Mel", fruto de um convênio bancário promovido pela Cooperativa Apícola do Semi-Árido Brasileiro (CASA APIS) de Picos/PI, é o epicentro dessa produção, proporcionando a estrutura necessária para o processamento do mel após sua retirada dos apiários individuais, embora todos os apicultores contribuam mutuamente durante esse processo na Casa do Mel, localizada na própria localidade Caraíbas II.

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