Saudação ao Pe. Oscar

Caro Padre, não o conheço pessoalmente, o vi uma única vez, e muito rápido, quando eu e, o agora Pe. Joaquim Trindade, fazíamos uma visita ao Pe. Lotário Weber, em Luís Correia, na casa paroquial, e por ali o senhor passava, rumo à sua comunidade, nada que ultrapasse 10 minutos, rápido com certeza, porém, o fato de desconhecê-lo, não me autoriza, a não me unir a todos os meus irmãos e irmãs, nesse dia tão importante da sua chegada e de sua acolhida nesta querida Paróquia São Gonçalo, como o seu novo Pároco.

Certamente, a expectativa é uma realidade presente no coração de todos, paroquianos e do padre que chega para uma nova missão no meio do povo de Deus.

Evito dizer que o senhor toma posse, pois acredito que ninguém toma posse, do que não é seu, a Igreja é de Cristo, somos meros administradores, “servos inúteis”, na linguagem do Evangelho, o senhor não toma posse de nada, pois também passará, aqui será um peregrino nas sendas da eternidade. Só Deus basta e só Cristo permanece!Prefiro dizer que esta não é uma celebração de posse, mas de inicio de um novo trabalho pastoral.

Diante dessa perspetiva nos perguntamos, como se perguntavam, os contemporâneo de Jesus, que diante de seus feitos e maravilhados com seus milagres e ações se perguntavam: “Quem é esse? ” Assim, também nos perguntamos quem é esse que chega à Paróquia de São Gonçalo como o homem, o sacerdote, profeta e pastor, que nos é enviado por Deus, para exercer a função de primeiro responsável dessa comunidade paroquial?

Encontramos algumas possíveis, respostas.

É o Pe. Oscar do Nascimento Almeida, que foi ordenado sacerdote no dia 24 de janeiro de 2010, na Igreja catedral, na cidade de Parnaíba, pelo atual bispo diocesano, tem 34 anos de idade, nascido na cidade de Tianguá – CE, no dia 27 de junho de 1980, tendo mais 06 irmãos, sendo filho do Sr. Pedro Rodrigues de Almeida (in memorian), e da Sra. Teresinha de Jesus Nascimento Almeida, mudou-se ainda criança com sua família para cidade de Cocal, onde cresceu e concluiu seus estudos fundamentais, e o secundário na cidade de Parnaíba, já no seminário menor.

Com 04 anos de sacerdócio, Pe. Oscar trabalhou em diversas paróquias como seminarista, como diácono e vigário paroquial, tais como: Paróquia de Fátima em Parnaíba, Paróquia Nossa Sra. da Conceição em Ilha Grande, Paróquia Sagrado Coração de Jesus em Piripiri, Paróquia Nossa Sra. da Conceição em Pedro II, Paróquia de Nossa Sra. do Carmo em Domingos Mourão, Paróquia Nossa Sra. do Perpétuo Socorro em Bom Principio e Paróquia do Sagrado Coração de Jesus em Parnaíba, e agora por último na Paróquia Nossa Sra. dos Remédios, em Buriti dos Lopes.

Pe.Oscar atualmente está também engajado nas pastorais diocesanas e movimentos como: santas missões populares, pastoral familiar, encontro de casais com Cristo-ECC, encontro matrimonial mundial- EMM e pastoral da criança.

Encontrada a resposta para a pergunta quem é esse, ousamos ajudá-lo a bem chegar entre nós! E perguntamos como deve vir este novo padre?

Deve vir, antes de tudo, como irmão na fraqueza, mas para encorajar os fracos, confiando na força que vem de Deus e cheio de esperança para transmitir esperança aos desanimados e aos desiludidos na vida.

Deve vir, como cristão, para caminhar com o povo, ajudando e sendo ajudado na busca de um lugarzinho no céu. Maria foi às pressas visitar Isabel; foi para ajudar, mas foi também para ser ajudada, pois não havia alguém como quem partilhar o segredo de ser a Mãe do Messias.

Como Nossa Senhora, ele deve vir para ajudar, mas vem também para ser ajudado. Vem como sacerdote, para celebrar o sacrifício em que Cristo é a vítima e, para ser vítima, no sacrifício em que Cristo é o Sacerdote. Vem para multiplicar o Pão Eucarístico e para proclamar o Pão da Palavra, condições para que a fraternidade cristã cresça nas comunidades e para que não falte o pão de cada dia nas mesas de seu rebanho.

Deve vir de ânimo alegre, esperançoso, confiando na força da graça de Deus, que o ajudará a superar as suas fraquezas e que o iluminará, indicando-o os caminhos a seguir. Recebe, agradecido, das mãos de seu bispo, esta esposa que lhe é oferecida, a Igreja Paroquial de Batalha, tão bela em si mesma e nos seus filhos, que crescem num autêntico e profundo amor a Deus.

Não deve trazer nem planos, nem projetos! Traga somente um coração para amar o povo que lhe foi confiado, uma disponibilidade – sem limites para o trabalho, uma confiança na ajuda da Providência Divina e uma percepção do bem e do amor a Deus que reinam nos corações das pessoas. Juntos iram avaliar o presente; não para compará-lo com o passado, mas para nele projetarem o futuro.

E por fim, que venha para junto, com o seu rebanho: refletir, rezar, questionar, programar, avaliar, rever a ação evangelizadora.

Pois, uma nova evangelização para a transmissão da fé pressupõe não só eliminar alguns frutos deteriorados, podar galhos, mas também arrancar alguns males pela raiz, pois são eles que levam ao subjetivismo e relativismo na experiência de fé.

Uma nova evangelização para a transmissão da fé precisa de um antídoto, um antivírus radical, peculiar: pessoas apaixonadas por Jesus Cristo, tal como Ele é guardado e apresentado pela Igreja; pessoas que se deixem seduzir pela irresistibilidade de Jesus Cristo, pois Ele é o nosso único Salvador.

E o que este novo padre vai aqui encontrar?

Ele encontrará uma “Igreja que por graça de Deus e na força do Espírito, é rica de dons e de carismas, em operosidade evangélica e criatividade pastoral”. Uma Igreja que está a serviço da vida e da esperança, que promove o bem e a verdade, que dialoga com o nosso povo e que assume o rosto missionário de Jesus, o Salvador. Somos uma Igreja pobre em recursos, mas rica em carismas.

Nossa origem vem de idos tempos, nascemos quando ainda nem existiam dioceses no Piauí, a 03 de junho de 1854, nascia nossa Paróquia, éramos ligados ao bispado de São Luís do Maranhão. Chegamos com a graça de Deus aos 160 anos de Paróquia e vivemos desde 2013 o bicentenário do nosso templo, cujo jubileu estamos para concluir em dezembro próximo.

Aqui ele encontrará, uma Igreja organizada, fruto do trabalho de muitos pastores zelosos e dedicados, estamos organizados em sete regiões pastorais, cinco setores urbanos, temos 69 comunidades, uma igreja que desponta para a missão, jovens engajados, temos ainda a presença enriquecedora entre nós de uma comunidade religiosa, as Irmãs Filhas de Sant’Ana, dinâmicas e empenhadas na pastoral paroquial, inúmeros leigos que se empenham na ação evangelizadora,espalhados pelos 1.588,901 km, que compõe a nossa extensão territorial, o senhor recebe o desafio grandioso de guia 25.774 habitantes, dos quais a maioria é maciçamente católico, o que não significa dizer que todos vivem segundo o Evangelho de Jesus, e os ensinamentos da Igreja, daí a sua imensa responsabilidade, ajudá-los a fazer a experiência do encontro pessoal com Jesus Cristo!

Somos ricos em espiritualidade, amamos Nossa Senhora, a ela dedicamos 11 dos 31 dias do mês de agosto, quando fazemos uma bela festa em honra de Nossa Senhora de Lourdes.

Amamos também os santos e procuramos imitá-los, apesar de nossas misérias e limites, em todo o Piauí, somos conhecidos como a Terra de São Gonçalo, de fato, temos grande admiração por este ícone da Igreja portuguesa, que se tornou nosso padroeiro, o amamos muito, e o senhor não conseguirá sair de Batalha sem se tornar um devoto dele, que o diga o Pe. Evandro Alves da Silva!

Certamente que o senhor encontrará também dificuldades. Essa gente é tão humana como em qualquer outra Igreja, mas dispostos a viver a unidade e a colaborar com o senhor, no seu pastoreio.

Talvez o senhor tenha no seu coração a recordação de Abraão que, na maturidade, partiu de Ur, na Caldéia, para conquistar a terra prometida e cultivar as raízes do Povo de Deus. No seu coração repousa talvez um pensamento que o diga que estavas tão bem instalado em Buriti dos Lopes, e também recém chegado, por que mais uma mudança?

Se é verdade que a mudança nos inquieta a todos, verdade maior, é que nos traz grandes benefícios; nos ajuda a compreender que a missão está além de nossos apegos humanos e que existem sempre oportunidades de crescimento e de serviço ao povo de Deus.

A vida da Igreja, Pe. Oscar é dinâmica e nunca se conclui todas as etapas e projetos. SEMPRE HAVERÁ O QUE SE INICIAR OU CONTINUAR. O Pe. Evandro, por mais que tenha feito nestes mais de cinco anos que aqui permaneceu, não fez tudo, e o senhor por mais que também venha a fazer não fará tudo!Todos devemos sempre ter essa consciência, pois, assim, no-lo ensina o próprio Apóstolo: “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer; de modo que nem o que planta nem o que rega são alguma coisa, mas unicamente Deus, que efetua o crescimento’ (1 Cor 3,6-7). Todos somos instrumentos nas mãos de Deus. Que assim cresça sempre mais essa obra que somente o próprio Deus poderá concluir.

À diferença de Abraão, o senhor nada tem a conquistar nesta terra de São Gonçalo, a não ser novos amigos para Jesus Cristo e novos filhos para a Igreja. A gente desta terra lhe é oferecida pela Igreja.

Quis a Providência de Deus que o senhor fosse aquele pastor por Deus escolhido para concluir a celebração dos 200 anos da construção deste templo que nos acolhe nesta celebração, considero um gesto de muita delicadeza da parte do Altíssimo para com o senhor, nos ajude a concluir com brilho aquilo que com empenho e responsabilidade histórica iniciamos!

Pe.Oscar, nós o acolhemos com a mesma ternura que acolhemos nossos pastores anteriores. Estamos felizes pela escolha de Dom Alfredo. Agradecemos a Deus por nos ter mandado o senhor como nosso novo pastor e guia. Estamos de braços e corações abertos para acolher o senhor como nosso padre.

Conte conosco, com os padres filhos desta terra, conte com as religiosas e leigos valentes e trabalhadores, missionários dedicados, simples, porém apaixonados por Cristo e a sua Igreja. Não mediremos esforços para ajudá-lo na missão evangelizadora!

Agradecemos ao senhor, Pe. Oscar, pela disponibilidade em aceitar mais este chamado do Senhor!

Pe. Oscar de hoje em diante, nossa cidade será a sua cidade, nossas casas serão a sua casa, nossas famílias serão sua família, nossas mesas serão a sua mesa, nossos pais serão também o seu, seus também os nossos irmãos e irmãs.

Em contrapartida, caro padre pedimos que, o seu coração não se pertença mais, seja do povo desta paróquia; seus braços se abrirão e fecharão em abraços para tê-los na partilha da alegria e da tristeza, da saúde e da doença, amando-os na santidade, buscada e respondida na verdade e na caridade. O que o senhor é e tem não lhe pertence mais, é deste povo que lhe foi confiado!

Que São Gonçalo, sacerdote segundo o Coração de Jesus, do alto de sua casa, de clemência e de bondade lance os olhos em prece pela sua vida e pelo início de seu ministério pastoral!

Seja bem vindo à nossa amada Igreja de Batalha!

Pe. Leonardo de Sales.