O meu boi morreu

A colonização do Piauí foi feita no rastro das boiadas. Ainda hoje a criação de bois é uma de nossas principais atividades econômica, e o boi é uma das presenças vivas do nosso folclore. Além de várias versões do Bumba-meu-Boi, Boi de Julho ou Boi de São João, o folclore piauiense imortalizou a marchinha “O meu boi morreu”.

Em seu livro Zamba, [...] a folclorista Lisete Napoleão Medeiros, ao falar sobre a origem dessa composição poética e musical, nos diz que um rico fazendeiro do Piauí elegeu-se a deputado federal e, estando em sessão da Câmara dos Deputados, sediada na época no Rio de Janeiro [...], foi informado sobre a morte de “Mimoso”, o seu boi de estimação. Emocionado com a notícia, o deputado tirou o chapéu-de-couro da cabeça e, em prantos, solicitou a todos que se levantassem e que, de pé, fizessem um minuto de silêncio.

Após ser prontamente atendido, ainda com lagrimas nos olhos exclamou: “Senhores, o meu boi morreu, o que será de mim?!”. Segundo a autora, durante muito tempo o fato geral comentários, e há até quem ateste que foi esse episodio o inspirador da criação da marchinha:

O meu boi morreu,
O que será de mim?
Manda buscar outro, maninha,
Lá no Piauí.

Por Adrião Neto. 
Texto adaptado.
Arnaldo Silva

Diretor-geral de jornalismo, colunista e repórter de política e municípios do Diário de Caraíbas.